O título parece uma pergunta para desvendar seres mitológicos. Talvez seja esse o caso mesmo.
Bom, como sempre, tudo que eu falo aqui no blog está exclusivamente associado à minha própria experiência espiritual. Não estou tentando convencer ninguém. Apenas compartilhando o que vivo, o que penso e como sinto essa questão. Só peço que estejam abertos, sem pré-julgamentos.
Pra quem me conhece, sabe um pouco da minha trajetória dentro da espiritualidade. Vou resumir bem por cima para chegarmos ao ponto central do assunto.
Desde que me lembro, vejo energia. Hoje entendo que vejo fótons de luz invariavelmente se movimentando pelo espaço/tempo e quanto mais me concentro, dou foco, observo, mais eles criam um padrão ordenado e se dirigem até mim. Hoje entendo que isso é uma questão quântica. O objeto depende do observador. Para quem quiser ler minha tese de conclusão de curso em Psicologia sobre "As relações da Física Quântica e a Psicologia Junguiana na quebra do paradigma científico moderno" escrito em 2017 aqui: link.
Aos 9 anos passei a frequentar a igreja cristã protestante e a participar do ministério de dança. Hoje entendo que desde criança, ali se manifestava meu lado sacerdotisa. A dança era meu ritual, minha oferenda, minha meditação para entrar na presença de Deus. E desde lá já entendia que espiritualidade era sobre INTIMIDADE com Deus.
Mas que Deus é esse?
Antes de responder essa pergunta, vou contar um pouquinho mais da minha história.
Aos 11 anos tive uma das experiências mais marcantes da minha vida. Acordei de madrugada e vi um pássaro de luz refletido na parede. Ao olhar para a janela para ver de onde vinha a luz, na beirada da minha cama estava um anjo, uma figura de pura luz que se comunicou comigo por telepatia e disse "Eu Sou Arcanjo Miguel. Por que você não está usando sua espada?". E eu fiquei tipo ???? Mas no mesmo segundo a resposta telepática veio: "A Espada da Palavra". Ele me deixou mais um recado que agora não vem ao caso, e depois disso eu dormi. Hoje, se estou aqui compartilhando isso com vocês é porque entendo a importância das palavras no meu propósito aqui na Terra. E vocês sabem quem mais sabiam do valor das palavras? Os magos e as bruxas.
Aos 13 anos me afastei da religião como um todo. Não frequentava mais nenhum "templo". E com 21, em 2016, eu tive meu despertar espiritual através da meditação. Descobri que eu podia sempre visitar meu templo interior, um lugar sagrado dentro do meu coração, onde poderia encontrar a presença do Divino. E foi através desse mergulho que minha vida mudou. Retomei com força minha espiritualidade, agora liberta e autônoma, porém ainda regida por aquilo que tinha aprendido: INTIMIDADE. Eu amo essa palavra. Porque ela quer dizer que a gente precisa criar vínculo, é uma >relação< de proximidade, de familiaridade, de AMOR. Que faz você cada vez mais conhecer e se sentir a vontade naquela presença. Isso sim, pra mim, é espiritualidade. Quando você cria intimidade com o Universo. E quando retomei isso, foi uma chuva de sincronicidades, downloads e informações que vieram direto da Fonte. Eu entendi, mais do que nunca, o que era essa energia de essência criadora, na qual eu dava o nome de Deus. E aprendi que Deus é muito mais do que uma definição religiosa. É tudo. É o Todo. É a Fonte de Amor. É Vida em Abundância. O Eterno. O Mistério. O Infinito. A Natureza. Deus é PAI e Deus é MÃE. E Deus é Andrógino. DEUS É O VERBO. etc etc etc. Esse é o Deus na minha visão, quer dizer, uma parte dele.
Em 2017, quando escrevi meu TCC, foi uma epifania. Eu encontrei na ciência TUDO que eu estava vivendo na minha espiritualidade e jornada de autoconhecimento. E mais! Encontrei algo que não tinha ouvido falar antes: SAGRADO FEMININO. Muitas coisas já estavam me chamando para este resgate. Eu já estava ciente da minha conexão com a lua como minha guia natural e da minha sede por desbravar os mistérios da natureza. No fim do ano, fui para o Peru e lá foi exatamente sobre essa cura: reconhecer o feminino em mim e estreitar meus laços com Pachamama. Uma viagem de 8 mulheres que se descobriram irmãs. Aqui no blog fiz vários posts dessa viagem na época. Em Machu Picchu fui chamada mais uma vez por Miguel para fazer algo como sacerdotisa, ajudar a abrir os vórtices. E lá estava eu com meu cristalzinho lemuriano fazendo magia com a intenção mais pura no meu coração de que os vórtices fossem abertos para trazer Luz.
Logo quando me formei, criei o curso DIVINO FEMININO sobre "O histórico do princípio feminino na humanidade" e mais um monte de informações sobre ciclo menstrual e a relação com a lua, as estações e o nosso mundo interior. Fui morar com amigas num apartamento que apelidamos carinhosamente de "Casa da Lua" e lá rolou muito download e rituais sobre essa energia. Então foi criado o Sagrado Mel e as imersões de sagrado feminino em 2018. Nos foi dado pela espiritualidade o nome de "Sacerdotisas da Criação", pois servimos à Criação, criatividade + ação. Feminino e Masculino. Colocamos a criatividade em ação numa bela dança de INTEGRAÇÃO. Então, obviamente, comecei a ver a importância da cura do masculino também e foi criado o Leões de Gaia.
Entendam, nosso objetivo aqui é INTEGRAR. Assim como aprendi com a física quântica, tudo que a gente pensa ser OPOSTO e excludente, na verdade, é COMPLEMENTAR. Assim como a Luz é partícula e onda ao mesmo tempo. Deus é Luz, e é Sombra, e é feminino e masculino ao mesmo tempo. Sabe quem também foi queimado em fogueiras? Os/As alquimistas. E elxs sabiam de tudo isso aqui muito antes da quântica. E elxs sabiam da importância simbólica de Cristo.
Agora a gente começa a adentrar o assunto. Vamos olhar as coisas com um olhar simbólico para compreendermos em profundidade a questão.
Quando Jesus estava na Terra, sabemos muito bem que o mundo estava inserido num PATRIARCADO ainda mais fudido do que temos hoje em dia. Certo? Então. Acredito que Jesus só não veio mulher porque ele precisava ser ouvido. E infelizmente, as mulheres não tinham voz. MAS, TODAVIA, ENTRETANTO, Jesus foi um homem feminino. SIM! O que isso quer dizer? Jesus foi um homem que integrou seu lado feminino e acolheu a todxs, sem exceção, como uma Grande Mãe acolhe seus filhxs, assim como a Terra nos acolhe. E ele foi sim um rebelde. Denunciou várias atitudes machistas, como não deixarem as mulheres sentarem à mesa. Com Jesus, todxs tinham seu lugar. E mais, ele salvou várias e várias mulheres de julgamentos, condenações de morte, doenças e infortúnios. Ele foi seguido por MUITAS mulheres em suas caravanas e claro, não podemos deixar de lado a mulher que ele escolheu ter ao seu lado, e que, nas palavras de Pedro, Jesus parecia amar mais do que aos seus discípulos: MARIA MADALENA.
Prepare-se para, talvez, quebrar alguns paradigmas e crenças sobre o Cristo criado pelo patriarcado e seja muito bem-vindx ao olhar da mulher que mais o conheceu em intimidade.
Vamos ver um pouquinho sobre o Evangelho de Maria que foi proibido pela Igreja e entender porque ele foi ocultado de nós:
"Depois, Pedro disse a ele: 'Você tem explicado cada tópico para nós; diga-nos outra coisa. Qual o pecado do mundo? O Salvador respondeu: 'Não existe o pecado'." Maria 3:1-3
Já começamos com um TAPÃO desses, minha gente??? Imagina se os carinhas da Igreja iriam permitir uma coisa dessas?? Como eles iriam conseguir controlar o pessoal sem a ideia do pecado? Sem o medo de que se você pecar, vai queimar no inferno? Como isso sai diretamente da boca de Jesus? PROIBIDO! Pois pra vocês verem, Jesus NUNCA condenaria uma bruxa à fogueira. Não foi o Cristo que suscitou violência e condenações. Foram HOMENS que usaram o nome de Cristo que suscitaram violências e condenações para SE MANTER NO PODER. Isso não tem nada cristão, pra falar a verdade. E pra falar a verdade histórica, os cristãos da Igreja da Idade Média eram os romanos remanescentes, os mesmos cruéis que condenaram à Cristo numa morte horrível e dolorosa na cruz. Estes romanos só se "converteram" por estratégia política! Os métodos de tortura são heranças do império romano! Distorceram completamente a mensagem de Cristo e escolheram a dedo o que iria ou não para a Bíblia.
"O Salvador respondeu: "Não existe pecado; pelo contrário, são vocês que criam o pecado quando agem de acordo com a natureza do esquecimento, que é chamado 'pecado'. Por essa razão, o Bem veio entre vocês, em busca (do bem) que pertence a toda natureza." Maria 3: 3-5
Pois então, o ÚNICO pecado que o HOMEM cria é o ESQUECIMENTO! Pecamos quando esquecemos que somos Amor e não agimos de acordo com o Amor, que é nossa essência, a imagem e semelhança de Deus. E esse Amor flui naturalmente na própria Natureza! Quer coisa mais linda e libertadora que isso?? Por isso que o processo de despertar é uma grande relembrança! E quando saímos desse estado latente de sono (o profundo sono que acometeu Adão quando foi expulso) e de dor (que Eva passou a sentir no parto quando foi expulsa), despertamos para o nosso potencial de criação e somos capazes de gerar e parir uma realidade muito mais amorosa e "paradisíaca", mágica!
"Vá, então, pregue as boas-novas sobre o Reino. Não estabeleça nenhuma regra além do que determinei para você, não promulgue lei como o legislador, ou então você pode ser dominado por ela." Maria 4: 8-10
E nessas boas-novas do Reino do Céu na Terra, não há lei, além da lei suprema do Amor: amai-vos uns aos outros, ame o próximo como à ti mesmo, ame a Deus acima de todas as >coisas<. Se a gente tivesse só essas três leis básicas, como seria o mundo? Imagina que a Igreja permitiria um Cristo que fala de não ter lei?? Jesus sabia que quem fica criando as leis acaba dominado por elas pela sede de poder. E como Jung diz: “Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina há falta de amor. Um é a sombra do outro.”
"Fique em guarda para que ninguém o engane dizendo "Olhe para cá" ou "Olhe para lá". Pois o fruto da Humanidade verdadeira existe dentro de você. Siga-a! Os que buscam por ela a encontrarão." Maria 4: 3-7
Agora vem uma fala de Cristo que poderia facilmente vir de uma bruxa. Né não??
Esse Jesus que vocês estão conhecendo agora é bem contra esses "caga regra" que foi justamente a postura que a Igreja tomou por séculos. Enquanto a Igreja quis intermediar a relação do Divino com a humanidade, esse Jesus simplesmente incentiva a autonomia espiritual e o mergulho em si-mesmo! Isso é mais uma postura feminina: o foco no mundo interior. O encontro da verdade interior. Ninguém pode te dizer o que você deve fazer. Você deve sentir! Você precisa olhar pra dentro. E agir de acordo com o seu coração, através do Amor. Só isso aqui já seria o suficiente pra desmanchar qualquer cristão que é contra relacionamentos homoafetivos, por exemplo.
Cara, eu sou apaixonada por esse Evangelho de Maria Madalena. Estou tirando trechos do livro: Maria Madalena Revelada - A Primeira Apóstola e seu Evangelho Feminista. Quero mostrar uns trechos que a autora do livro traz pra vocês:
"Existe uma história sobre Jesus que venceu. Existe uma versão do Cristo que foi criada no século IV. O imperador Constantino em 313, por um édito individual, converteu o Cristianismo de uma religião de luta, perseguida e proibida - aquela pela qual Pérpetua morreu - em uma religião de Estado redefinida pelos homens".
Essa semana conto a história de Perpétua no meu insta, para quem quiser já está disponível a história de Thecla: aqui. São histórias de mulheres cristãs condenadas, ocultadas, silenciadas pela Igreja e que precisam ser reconhecidas. Histórias que curam. Bruxas que arderam na fogueira por Amor à Cristo.
"As várias escrituras que não foram escolhidas para fazerem parte da Bíblia canônica tinham um tema em comum: a confirmação da presença das mulheres no ministério de Cristo e seu relacionamento excepcional com Maria Madalena."
"Por que não é irresponsável se referir a deus como 'ele', quando todos nós somos - masculinos, femininos, intersexuais, transexuais, não binários - feitos igualmente à imagem do Divino? Como nós não podemos ver a hierarquia deturpada que isso sempre recria?"
Então, com isso, podemos ver que a única faceta do feminino que foi 'permitido' pela Igreja foi a da Virgem Maria.
Nesse sentido, foi relegado à mulher um papel coadjuvante, passivo, puro, que aceita a maternidade e os pedidos do pai e do marido. Uma mulher sem desejo, sem sexualidade, reprimida e amarrada. Por isso a caça às bruxas. Como poderia existir mulheres livres, sensuais, independentes, donas de si? Só poderia ser pecado e coisa do diabo. Mas repito, isso de Cristo não tem nada. A caça às mulheres era o foco do patriarcado. FEMINICÍDIO. E com esse rombo na psique feminina, o arquétipo da bruxa foi levado às nossas profundezas. Ficou na sombra. Foi demonizado e massacrado. Tudo que vinha do feminino, do útero, passou a ser sobre o escuro, o abismo e as trevas.
Um jogo de opostos. A virgem pura versus a bruxa puta. Perdemos a conexão com os nossos ciclos. O calendário passou a ser mecanicista com o modelo gregoriano. Passamos a ter vergonha de nossos corpos e tamanha repressão nos levou ao adoecimento de nossas almas.
Não há uma mulher no mundo hoje que não carregue feridas ancestrais pesadas desse feminino violentado por séculos. Não foi só a Igreja que matou as bruxas. Foi todo um jogo de poder e hierarquia que suprimia o poder interior, que é feminino, pois sabia muito bem da força que ele tem. E Jesus sabia. E não o negou. Pelo contrário, AMOU. Amou a puta, a adúltera, a pecadora, a endemoniada. E contou pra ela todos os segredos que os seus discípulos homens não entenderiam. Entendem?????? Jesus, é o símbolo do Self - do si-mesmo - da essência que se auto realizou e transcendeu toda e qualquer dualidade. Por isso morreu sangrando como uma mulher, um sangue que escorre sem violência. E ressuscitou, foi além da morte. Mistério que o feminino conhece. Jesus foi o sacrifício vivo para que mais nenhum sacrifício vivo precisasse ser realizado. E hoje, 2000 anos depois, com a chegada de um novo éon, de uma nova era, precisamos desse casamento alquímico em nós. Cristo e Madalena em nós. Santo Graal em nós. União dos opostos. O único sacrifício agora é interno, e não é nada fácil para o ego.
Como eu disse no começo do texto, tudo isso poderia ser uma questão mitológica, porque na real pouco importa se você acredita que Cristo ou as bruxas de fato existiram. Ambos são REALIDADES PSICOLÓGICAS, arquétipos do nosso inconsciente coletivo e trazem desenvolvimento de nossa consciência. Acredito que um fator que ligue os dois é que ambos promovem independência espiritual. Cristo estimula que possamos ter contato direto com Deus e os céus, e as bruxas estimulam que possamos ter contato direto com a Deusa e a terra. E nós somos os intermediários, no caminho do meio, equilibrando tais energias. E não anulando NENHUMA das partes.
Como eu disse no começo do texto, tudo isso poderia ser uma questão mitológica, porque na real pouco importa se você acredita que Cristo ou as bruxas de fato existiram. Ambos são REALIDADES PSICOLÓGICAS, arquétipos do nosso inconsciente coletivo e trazem desenvolvimento de nossa consciência. Acredito que um fator que ligue os dois é que ambos promovem independência espiritual. Cristo estimula que possamos ter contato direto com Deus e os céus, e as bruxas estimulam que possamos ter contato direto com a Deusa e a terra. E nós somos os intermediários, no caminho do meio, equilibrando tais energias. E não anulando NENHUMA das partes.
Se você acha que bruxa e Cristo são completamente opostos, é aí que está a chave da integração! Una. Integre! E assim vamos mais longe! O feminino em nós precisa resgatar a bruxa, a feiticeira e a sacerdotisa em equilíbrio com a virgem e a mãe. Assim como o nosso masculino sagrado precisa de Cristo, o leão dourado, e o arquétipo do Mago/Velho Sábio! São curas complementares e essenciais.
"Jesus lhes disse: Quando vocês transformam o dois em um, e quando vocês fazem a vida interior como a exterior e a exterior como a interior, e o em cima como o embaixo, e quando tornam masculino e feminino apenas um, de modo que o masculino não será masculino e nem o feminino será feminino, quando vocês fazem olhos no lugar de um olho, e mão em lugar de uma mão, um pé em lugar de um pé, uma imagem em lugar de uma imagem, então vocês entrarão no Reino." Evangelho de Tomé- também proibido ;)
Para a nossa busca pela totalidade, não podemos negar nada. Não da pra negar nosso lado bruxa, nosso lado deusa, nosso lado terreno, humano, profano, sombrio, como também não podemos negar nosso lado virgem, crística, celeste, estelar, divina, iluminada. As personagens bíblicas femininas como Eva e Lilith também são arquétipos do nosso inconsciente. Nós as possuímos - ou de vez em quando, elas nos possuem. Já escrevi mais sobre o conceito de arquétipo e o feminino na história aqui: link
Faço meus rituais, trabalho com os meus cristais, ervas, símbolos. Atendo pessoas diariamente com uma medicina que trouxe dessa intimidade com Deus - a T.R.E.E - Terapia Reconectiva Energética Essencial - e incentivo que as pessoas criem seus próprios caminhos.
Não sei se existe bruxa cristã, no sentido de cristão de ir à Igreja. Mas acredito sim, em bruxas de Deus! Bruxas crísticas! Esse Deus que é o Uno, que não tem sexo, nem gênero, nem lado. É o círculo dentro do círculo. O ponto e o infinito. O início e o fim. O alfa e o ômega. Tais descrições existem na Bíblia, algumas da mesma maneira que está aqui, outras de forma mais codificada. E muito, como estamos vendo, ficou de fora.
Maria Madalena, Thecla, Perpétua, e muitas outras. Mulheres. Intuitivas. Parteiras. Curandeiras. Benzedeiras. Doulas. Filhas. Mães. Avós. Guardiãs dos segredos da Terra e seus ciclos. E cristãs. Não podemos deixar que elas caiam em esquecimento.
"Ela disse, 'Eu vi o Senhor em uma visão e lhe disse: Senhor, eu o vi hoje em uma visão. Ele me respondeu: Como você é maravilhosa por não duvidar de ter me visto! Pois onde está a mente, está o tesouro". Maria 7: 1-4
Minha espiritualidade é livre, assumo minha bruxa interior e toda minha conexão com a Terra. Assumo a responsabilidade de curar meu útero de toda ferida ancestral que atacou o feminino. Assumo a Deusa que me habita que por vezes pode vir como o arquétipo que eu preciso. Já me conectei com Ísis, com Oxum, e me conecto com a Kundalini - que pra mim é o fogo feminino da Terra, como também me conecto com Shekinah - que é o fogo feminino do céu. Já me conectei também com Saint Germain, Buda, com elefantes, tigres, raposas e águias, já me conectei com pleiadianos, sirianos e elementais. Mas pra mim, sempre há a Conexão Maior com Deus. Um Deus que é a Fonte de todas essas energias manifestadas. E pra mim, pela minha história, o meu maior amor é dedicado à energia crística. Eu já o vi. E não duvido. E o sinto no meu coração. Minha religião é o AMOR. E entrego o que faço em culto somente à Deus.
Vejo gente julgando falando que não se pode misturar essas coisas. Vamos deixar de julgar e deixar as pessoas serem o que são e sentirem que são livres pra isso. Tudo que é pelo bem maior é válido. Nós podemos nos conectar com diferentes energias durante a vida e isso é lindo. Vamos deixar de nos colocar em caixinhas! A nova era não vai ser a repetição do que já foi! É algo novo! É sobre sermos mestres de nós mesmos. Esse é o retorno de Cristo para Terra: dentro dos nossos corações. Se permitam, sabe? Tudo está mudando. E o caminho é a UNIDADE. Não acredito que valha a pena odiar Cristo e pregá-lo mais uma vez na cruz dos seus julgamentos, se você não o conhece. Busque conhecê-lo. Busque senti-lo. Garanto que é uma experiência maravilhosa e inesquecível que todxs nós podemos ter acesso se realmente nos doarmos para tal.
Termino esse post com uma citação de um artigo chamado "O arquétipo da bruxa no caminha da individuação feminina - uma reflexão sob a luz da psicanálise junguiana" (link). E farei um segundo post respondendo mais diretamente as perguntas que vcs me fizeram nas redes sociais. Espero que esse texto já tenha elucidado bastante sobre meu posicionamento. Paz <3
"A bruxa foi combatida na Idade das Trevas, reprimida na era moderna, mas não perdeu em poder, a mulher foi quem perdeu seu poder de ser unificada por meio dela. Incorporar e aceitar a bruxa na psique feminina é fazer as pazes com aspectos sombrios da alma feminina e resgatar do inconsciente o poder da mulher de se integrar e individuar. Ela exerce, como abordagem junguiana, a função da máscara que permite o contato com o transcendente poder de natureza feminina coletiva. Pois abre espaço para experiências de participação mística com o arquétipo do divino feminino, abstendo a mulher de seu papel comum da sociedade e elevando-a a um relacionamento direto com a divindade, que a leva à totalidade, liberando e organizando a energia psíquica criativa.
A totalidade é a realização do Si-mesmo (Self) e Jung explica que a imagem de Deus coincide com o arquétipo do Si-mesmo. É com a obediência ao Self que se realiza uma integração de todas as potencialidades psíquicas, surgindo uma personalidade superior. A alma feminina, se diferenciando através da experiência individual, percorre o caminho psíquico da mulher até a bruxa e desta até a deusa. Desta forma, pode a alma reatualizar os conteúdos psíquicos de forma harmoniosa e criativa, conduzindo o êxtase místico provocado pelo empoderamento do Si-mesmo para as relações cotidianas e as tarefas habituais, sem perder a transcendência de seu significado."
Cada um carrega em si uma imagem única de Deus. E este é o centro organizador de toda nossa psique. Uma fagulha, uma centelha divina que nos impulsiona sempre a ser quem somos e nos realizarmos em prol da totalidade (Cristo representa esse arquétipo). E a bruxa também faz parte de nós, uma parte do nosso quebra-cabeça que remonta o Todo, que nos leva a criatividade e ao contato com a Deusa interior. Nós somos um pouco de tudo. E o Todo nos habita. Busque o autoconhecimento, liberte-se das crenças que te limitam, responsabilize-se pelo seu processo, mergulhe-se até o seu centro, sirva à Criação com aquilo que você é em essência.
Até a próxima, seres amadxs!
Evy